A BANCA AMEAÇA O BRASIL COM A SECA DE CRÉDITO
O Estado brasileiro
coordenou a queda da Selic, cortou os juros nos bancos estatais e assumiu o
risco de reformular a poupança, tirando o piso de apoio da espiral rentista.
Acuada nessas frentes, a banca dissimulou sua resistência em silêncio, mas
decidiu boicotar a estratégia no cerne: recusa-se a expandir o crédito, um
dos requisitos para mitigar o contágio da economia brasileira pela
recessão mundial que se agrava na Europa. Nesta 3ª feira, o sindicato dos
bancos, a Febraban, abriu o jogo pelos jornais. As declarações do
economista -chefe da instituição, Rubens Sardenberg, excretavam uma
postura desafiadora de boicote que não poderia ficar sem respostas. "Você
pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber
água", disse Sardenberg. O coice revoltou a Presidenta Dilma. Mais que
retratação, este novo conflito com a banca recoloca a
grande pergunta evidenciada pela crise neoliberal: a tarefa pública
de prover crédito e financiamento à economia pode ficar sob controle
da ganância privada?